O que a terapia pode fazer por nós? Parte 2
- Sophia Eugênia Vieira
- 30 de mai. de 2023
- 1 min de leitura

Esta é a segunda postagem desta série sobre as principais vantagens de se fazer psicoterapia.
E o SEGUNDO BENEFÍCIO que hoje quero elencar tem a ver com as adversidades da própria vida, seus percalços e contratempos que nos geram, muitas vezes, grandes angústias. A vida pode ser desafiadora, viver também implica perdas e sofrimentos.
O vínculo terapêutico não nos poupa das dores inerentes à vida e, de certa forma, até nos expõe mais a elas. Explico logo! Nosso psiquismo, às vezes, nos protege dos sofrimentos de maneira a nos afastar da realidade.
Nesses momentos funcionamos sob o que Freud chamou de processo primário, onde tendemos a fugir, nos esquivar ou ignorar as dificuldades.
Outras vezes, sob um mecanismo de mesma natureza, atuamos impulsivamente como forma de acelerar a resolução do conflito e nos livrarmos o mais rápido possível da angústia, expulsando-a de nossa mente. Mas sem condição de pensar, o tiro sai pela culatra e, às vezes criamos um problema ainda maior.
A psicoterapia pode nos ajudar a pensar, a tolerarmos a espera, a permanecermos em um estado de dúvidas e incertezas sem apressarmos a formação de significados, o que Bion chamou de “capacidade negativa”; para então agirmos com mais integração e assertividade.
De certa forma, um vínculo terapêutico nos ajuda a caminhar pela vida calcando a realidade com os dois pés no chão, a sujar as mãos na brincadeira, a apurar os sentidos, a se molhar na chuva que cai, a viver sem guarda-chuvas emocionais, entre dores e delícias, a confiar mais no amanhã.

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